Aquivos por Autor: Carou

Santa na rua, puta na cama

Jesuis não curte sacanagi

Comportamentos comumente associados com a cultura do estupro incluem culpabilização da vítima, objetificação sexual, trivialização do estupro, negação de estupros, recusa de reconhecer o dano causado por algumas formas de violência sexual, ou alguma combinação entre esses comportamentos.”[1]

Como se preciso fosse, vamos ilustrar isso no assunto que interessa a esse blog:

Omi branco cis

Coxas

No primeiro texto já esta explicita a opinião deste blog: pornografia objetifica mulheres como, como gostam de afirmar os misóginos de plantão, “depósitos de porra [2]. Cada vez mais, filmes pornográficos mainstream são apenas a gravação de um estupro, mais ou menos violento, melhor ou pior pago ou produzido. Nesses mesmos filmes, no enredo, mulheres que contratam profissionais para reparos em casa, detidas por policiais em blitz ou QUALQUER OUTRA CIRCUNSTÂNCIA são passíveis de serem estupradas.

Pior: aparte os filmes onde o gozo reside na humilhação indisfarçada – e mesmo em alguns destes – as mulheres “gostam” de ser estupradas. Elas resistem no começo mas logo estão gostando. Elas dizem não querendo dizer sim, é só charme.

Finalmente: elas estavam pedindo.

Culpabilizar a vitima, outro sintoma da cultura do estupro, é um mecanismo nefasto que faz as vitimas acreditarem que a culpa é delas e minimiza a invasão e violência que é forçar, de qualquer forma, alguém a fazer sexo contigo.

A cultura do estupro também normatiza a erotização de crianças, em especial meninas, já que mulheres em qualquer idade estão “pedindo” e, permitam a repetição, são depósitos de porra.

Por outro lado, e ele sempre vem, a cultura do estupro também reforça o discurso moralista de enclausuramento e domesticação da mulher, já que mulheres de respeito não fazem uma porção de coisas que mulheres felizes fazem. É esse reforço, positivo da mulher recatada e negativo da mulher que “pede” sexo o tempo todo, que dissemina e facilita a ideia de que o corpo da mulher que ousa ocupar o espaço publico é também publico* e fortalece o ideal de família, fortaleza de todos os males morais. (Ou não, só especulando).

Essa bipolaridade da mulher é registrada na pornografia em uma dicotomia doente de mulheres virginais cada vez mais novas e putas piranhas da buceta louca pra ser arrombada. Afinal, todxs sabemos que mulher boa tem que ser uma puta na cama e uma santa na rua.

Ai que tá.

Pensa na maior de todas as santas. A MÃE de Jesus. Sem ela, ele jamais teria firmado seu pacto de mortalidade cos humano pecador e redimido noiz tudo.

Ok.

Ela SEMPRE foi virgem.

Ok.

Toda essa treta, no entanto, poderia ter sido evitada se a gente não pecasse. O que há algum tempo já ta complicado, posto que todo mundo nasce com a marca do pecado original.

E quem fez esse favor de pecar primeiro pra fuder com a porra toda?

Eva e Adão

CLARO, que tinha que ser uma mulher.

Eva fez o favor de comer a maçã. Que tanto significa tentar sequestrar o conhecimento negado por D-us quanto querer trepar. Já tão reconhecendo o cenário? A igreja não só demonizou as mulheres, como também demonizou o sexo por séculos. (Mesmo dentro do casamento, só aceito e sacramentado pela igreja no século XVIII). A igreja e seu machismo como cultura influenciaram a forma como as ciências em geral tratam a sexualidade: já que não existem demônios na ciência, a misoginia assumiu a forma de doenças e desvios, tanto de caráter moral quanto de saúde. Os estudos sobre a sexualidade da mulher se resumiram até o século XX ao sistema reprodutor, e não à sua totalidade, como por exemplo fonte de prazer. O clítoris é uma descoberta recente. As vezes sequer foi descoberto.[2]

Além de negar o prazer às mulheres, a quem o cara lá de cima reservou apenas culpa – lembra do primeiro sintoma da cultura do machismo? – as igrejas, incluam-se aqui as neo pentecostais, defendem que mulheres devam servir aos maridos, ser recatadas, e isso também se aplica ao sexo em si, reduzido a reprodução. Com ou sem geração de descentes, mulheres são tratadas como depósitos de porra.

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* Estupro é uma violência fundamentalmente de atestação de poder. A violência sexual não é fruto apenas da pornografia, ela é uma forma utilizada pelo machismo para coagir, violentar e assassinar mulheres.

[1] https://www.researchgate.net/publication/267629447_Rape_is_rape_%28except_when_its_not%29_The_media_recontextualisation_and_violence_against_women

[2] https://www.youtube.com/watch?v=AAOgnyiKiqU

Estudo sobre Sexualidade, Cristianismo e Poder

(quase) Toda nudes será castigada

Não é de hoje a treta de exposição do corpo feminino como vingança. Nos primórdios da pornografia pública, inclusive, os tais ~revolucionários~ franceses produziam panfletos com rainhas e princesas em situação ~erótica~ para manchar a honra de…seus maridos e pais.

Hoje, o fenômeno da pornografia de vingança já é matéria de produção jurídica [1] e motivo de suicídio físico ou social de dezenas de garotas. A recente publicação da revista TPM sobre nudes foi bombardeada por comentários sobre como o incentivo ao envio de fotos (e houve quem falasse também da “safadeza” que o anúncio pedia) era uma forma de desrespeitar as muitas vítimas, além de de certa forma incentivar o vazamento de fotos íntimas.

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Sempre há, claro, quem vá ainda mais longe: para não correr o risco de ter uma foto íntima  vazada, simples, não as tire! não as comparta!

Moito bem, o melhor jeito de não ser vítima é não existir. Muito comumente caímos no lugar comum de culpar as vítimas por terem aberto a possibilidade de serem agredidas ao invés de apontar pra quem realmente fez cagada: o agressor. E usamos o masculino aqui sem culpa: 90% das vítimas desse tipo de agressão são mulheres.

O vazamento é feito através de um buraco aberto de forma proposital: um em cada dez ex-parceiros (as) já ameaçaram expor imagens e vídeos privados, e a maior parte desses leva a cabo as ameaças. A exposição, também na maioria das vezes, não só mostra o rosto das vítimas como anexa o nome completo, as redes sociais ou mesmo números de telefone e documentos. Tudo isso com o objetivo de humilhar a pessoa – quase sempre a mulher – que faz sexo.

Porque, a gente sabe né, homem tem que transar com todas possíveis e um vídeo de sua performance pode ser inclusive meritório. No caso das mulheres, a simples existência de fotos dela nua é o bastante para ser taxada de vagabunda e promíscua e PERSEGUIDA por isso. 49% DAS MULHERES EXPOSTAS em pornografia de vingança FORAM PERSEGUIDAS por desconhecidos (não SÓ na rua, mas também nas redes sociais, trabalho, telefone, etc). A ligação entre pornografia de vingança e comportamento (e tolhimento) sexual fica assustadora na medida que não só existe a pressão social pela suposta pureza moral e sexual feminina, como a violência sexual existe como punição e o estigma de corpo público que se instala em seu cotidiano.

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As diferenças de gênero nas fotografias e vídeo de pornografia de vingança vão além da interpretação de quão bom ou mau é ser safado ou safada. O espaço íntimo da mulher, por exemplo. É ~normal~ que meninos passem horas no banheiro. Meninas nem sempre tem privacidade mesmo nos quartos de dormir. Quando adultas, e principalmente se mães, as mulheres perdem o espaço de privacidade para “a família”.  (Claro que privacidade sempre foi um conceito e luxo burguês, já que existem famílias inteiras que habitam o mesmo cômodo.)

Da mesma forma, os conceitos de público e privado se diferenciam de acordo com o gênero tratado. As mulheres, enquanto propriedade de seus pais, maridos, irmãos, companheiros, patrões, etc., devem ser cuidadas e resguardadas, de preferência dentro do espaço doméstico, domesticadas. O espaço público não é feito para mulheres, muito menos para as que ficam nuas por opção – ainda que essa opção possa ter sido  p e s a d a m e n t e  influenciada pelo companheiro. Mais que isso, ao espaço público se dá o direito de julgar a moralidade privada da mulher, condená-la e ainda culpabilizá-la por fazer o que todo mundo faz, inclusive homens.

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Há décadas o feminismo aponta como não é possível apartar o pessoal do político. Quando se afirma isso, é comum a gente pensar nas colheres que não se pode meter nas brigas de marido e molher. Mas mais que isso, quando se afirma que o pessoal é político se afirma que a forma como os relacionamentos são construídos, ainda que sem agressões físicas, é baseada em políticas e dispositivos de poder presentes em toda a sociedade.

O controle do corpo das mulheres, nossa sexualidade usada como forma de punição e humilhação pública e a culpabilização das vítimas decorrente disso são manifestações do machismo na sociedade, não um fenômeno causado por mulheres que gostam de se ver nuas ou permitem que o ato sexual seja gravado. O crime de exposição e humilhação é causado por quem expõe, e só por ele. Além disso, se estamos falando de intimidade, o crime legal é potencializado pelo fato de ser traída por alguém com quem se compartilhou a intimidade, esfera última da construção da identidade, mais resguardada do mundo e, há quem diga, mais verdadeira.

Há de se pensar porque a forma encontrada por parte da sociedade para punir – passionalmente – mulheres, e em alguns casos homens, seja a exposição de seus corpos e práticas sexuais, como se isso fosse ofensivo ou condenável, extraordinário ou digno de reprovação.

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[1] Esse artigo trata de vários números de revenge porn e debate a produção atual de leis sobre o tema. A gente ainda vai falar sobre isso.

E essa tese fala sobre o impacto real da pornografia de vingança na vida de quatro garotas. Duas menores se suicidaram.

Toda nudes será revelada

[As fotos recebidas aqui tem caráter ilustrativo, mas as respostas de suas donas e donos são parte da reflexão. Espero que se reconheçam de alguma forma.]

Quando postei o pedido de nudes pra ilustrar esse texto esperava receber alguns comentários e então usá-los como laboratório.

Acontece que mandaram nudes.

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Foto de autoria de Luiza Calagian

Várias.

 

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A regra que me impus então, foi incentivar de leve e me limitar a algumas poucas perguntas. Como esse é um espaço feminista que se propõe a pensar pornografia, não poderíamos deixar de considerar a diferença no universo das nudes considerando as diferenças impostas por conta de gênero. Assim, junto do post sobre nudes teve que nascer o post sobre revenge porn.

Choveu nude.

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Pra quem esperava dialogar com textículos, o exercício foi se relacionar com as imagens. Aqui – importante frisar – o fim sempre esteve explicito: essas fotos não seriam usadas pra fins de siririca no sentido físico (não por aqui), seriam publicadas e todxs sabíamos disso desde o começo, foram tiradas consensualmente, etc. Vocês  podem avaliar o material por si. A questão aqui são as nudes, e, sem poder deixar de ser, elas como uma forma de vingança.

Pra começar, nudes:

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Nudes são uma moda idiot… São fotos “eróticas” (que meio pode ser qualquer coisa inclusive pornografia pura) que você mesmx tira ou ganha/pede/paga pra alguém tirar. O erotismo ou pornografia dessas fotos vem do óbvio: a nudez. Graças à internet, mandar e receber nudes é prática, mas nem sempre autorizada.

Se você é uma mulher lendo isso, por exemplo, as chances de já ter recebido uma foto de um pau não solicitado são bem grandes. (Se é um homem, apenas torço pra que nunca tenha mandado). Nessas fotos, ao contrário da pornografia de vingança, o rosto some e as fotos se restringem a um pênis massivo na tela do seu aparelho eletrônico. Sei inclusive de (vários) casos onde se compara o membro a um frasco de shampoo por exemplo.

Enfim, no geral, coisa triste, medonha.

Esses homens devem ser mesmo uns safados!

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Safadeza, apesar de substantivo feminino,  tem safado como adjetivo pro masculino. Enquanto homens safados são parte do folclore, mulheres safadas são vagabundas (que por sua vez são promíscuas, etc). Safadeza no feminino é devassidão moral (até aí, pra quem foi Eva nada de novo) e mulheres TEM QUE manter sua moral eternamente ilibada.

Os caralhos voadores também apontam em direções de onde mora o erotismo: no mostrar o que se esconde. Enquanto para as mulheres não é permitido sequer tirar a camiseta em público, aos homens é permitido até o famigerado cofrinho. Enquanto aos homens só resta revelar mesmo o pau, pras mulheres qualquer foto mais “sugestiva” é também subversiva.

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MAS COOOMOO, em tempos que esse mesmo blog aponta a objetificação das mulheres, é possível dizer isso das nudes?

O fato é que, enquanto a produção pornográfica (e parte da pornografia de vingança) objetifica os corpos femininos, em tempos de padrões doentios de beleza uma mulher produzir uma foto em que valoriza seu corpo, sob seu olhar e interesse, é a contracorrente, é parte justamente do processo contrário, de subjetificação. Nessa auto construção e aceitação do corpo,  mulheres podem deixar de ser objetos passivos de desejo masculino e construirmos nós mesmas uma estética do desejo. O mesmo funciona para os corpos masculinos, claro, mas sabemos que não são masculinos os corpos massivamente explorados pela mídia e etc.

Mesmo a simples apreciação estética pode ser sediciosa, já que a produção de pornografia é em larguíssima escala dominada por omis. As produções femininas também apontam outras potencialidades da pornografia, a negação da “genitalização” das imagens (não recebi nenhum close de buceta, vejam) e uma perspectiva do afeto, pra si e mesmo para o outro, onde o corpo é passível de ser desejado e bonito independente da forma perfeita ou sexualização extrema.

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Por outro lado, há de se pensar que as nudes tem como habitat natural a rede mundial de computadores. O que significa, em primeiríssimo lugar, que essas fotos que hoje são upadas neste saite já não pertencem a nenhumx de nós (por motivos de não poder ser apagada, ou completamente rastreada).  Além disso, a internet parece estar formada por pessoas com cabeça de selfie e corpo de nude. Enquanto as fotos, em especial sacadas por si mesmx, sofreram o deslocamento do espaço para a pessoa, em especial o rosto e o close, as nudes se desdobram como fenômeno de registro do corpo pra si e, a maior parte das vezes, para outrxs.  Na internet, onde exposição é regra, a exposição do corpo, em uma imagem produzida com autonomia, pode ser uma forma de revolucionar tanto a forma como se vê (e deseja)[1] os corpos quanto de subverter a indústria milionária de moer mulheres.

E mais que isso:

todo mundo é muito delícia.

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Foto de Luiza Calagian

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(todas as fotos aqui utilizadas tiveram sua veiculação autorizada e espero poder provar se for o caso. Mas a divulgação de fotos ~sensuais~ e pornográficas não só são um problema que leva à morte como pode mostrar muito sobre nossas relações. A continuação deste texto segue aqui.)

[1] Claro que existe uma economia do desejo, não existe ampla publicização de corpos (e esse material tb é prova disso) onde se estabelece o que é ou não passível de ser desejado. Por outro lado, que louco seria (será?) um mundo onde TODO MUNDO faça nude (e se pá compartilhe).

Bonus: Um guia das sete safadezas que um omi gosta de ouvir na cama. SENTE O DRAMA

Ps: Reparou como, inevitavelmente, nude tá super linkada com revenge porn?

Buceta: essa nossa velha desconhecida

Pode parecer estranho falar, mas quem tem uma buceta – leia-se abaixo o AVISO IMPORTANTE – sabe como é complicado mantê-la. Não me refiro a limpeza, até porque nesses meus 28 anos de propriedade de uma eu nunca vi campanha pra me ensinar/convencer a lava-la.

Lave o pinto

Grandes astros do futebol recomendam: Lave o pinto.

AVISO IMPORTANTE: 

Esse texto, bem como o blog e suas mantenedoras têm interesse zero em estabelecer se você é mulher por nascer ou não com uma buceta. Na real, a reprodução de comportamentos machistas ligados ao sexo e expressos na pornografia é o que nos embuceta mais.

Pra escrever o texto, inclusive, realizei uma experiência simples que você pode reproduzir: abra duas abas no navegador (vai, até celular faz isso): em uma tu digita “caralho” e em outra “buceta”.

Viu?

Essa experiência simples mostra exatamente como nossa sociedade tem se comportado em relação a gênero. E é aí que a pornografia mostra como tem TUDO a ver com esse CARALHO de sociedade.

O caralho. Ah o caralho! Membro viril, admiração e entusiasmo!
Já a buceta, na esquizofrenia da pornografia, é “gostosa e maravilhosa”. É também “apertadinha”. “Safadinha” . “Louca para ser fodida”.
Falando assim, até parece que caralho também não está relacionado de alguma forma a sexo, e, assim, à pornografia.

Mas bem, parece mesmo.

Todo modo, se eu quiser ver como uma buceta funciona eu tenho duas opções: 1) olhar a minha; 2) ver fotos/vídeos de uma “existindo no mundo”. Se você tem uma buceta, parabéns, você já pode explorar sua amiguinha.

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Imagens meramente ilustrativas

A gente sabe, no entanto, que tem um número preocupante (sério!) de mulheres que não se tocam [;)] que mexer na pepeka é legal. Porque é feio, mau, dá espinha, é sujo, não é legal, não é certo ou “o que você precisa mesmo é de um caralho”. Some-se a isso a demonização da buceta através do, vamos chamá-lo assim, “mito do bacalhau” (mais de mil homens morrem por ano de câncer no pênis, viu?), do nojinho de menstruação, etc. Na pornografia industrializada de larga escala (e noutras também) o sexo oral na mulher é praxe e burocrático, como parece ser problema constante na vida real[1]. É só uma etapa pra penetração, já que tudo se trata, claro, do CARALHO.

Pra quem não sabe, uma novidade: siririca não é, nunca foi, uma buceta emular um pênis, ou uma mulher se tocar imaginando um homem, ou uma “alternativa viável” ao sexo. Siririca é você, que tem uma buceta, explorar essa cavidade que, a gente descobre isso na primeira infância, é daora demais de mexer. Explorar como quiser, mas entender o que é e pra que serve.

Se você não tem uma buceta – ou não quer mexer na sua (é uma pena), ainda existe o audiovisual, né mesmo?

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Problema é que essas vaginas não são reais. Vira e mexe aparece uma playboy (demorou a falir hein?) criando POLÊMICA acerca da quantidade de pelos que fulana tinha ou não na vagina. Mas bucetas reais – aqueles monstros[2] – são peludas, ou pelo menos depiladas. Bucetas reais também são consumidoras potenciais de uma gama de produtos (inclusive da referencia [1]) pra torná-las mais agradáveis, assim como a suas proprietárias. Bucetas reais não são loucas para serem fodidas. Nem arrombadas. Alias, elas devem ser apertadinhas pra quê? Pra que alguém as veja serem arrombadas?

O comportamento esquizofrênico com a buceta é o mesmo comportamento com a mulher na pornografia e em escala na sociedade machista: numa mão se acaricia o lindo animal, na outra se passa a coleira, educando, com raízes profundas, pela dominação-submissão. Bucetas são maravilhosas. Mas são arrombadas.

A dependência sexual que a pornografia industrializada impõe do CARALHO, assim, maiúsculo, “viril” e imponente se constrói, naturalmente, sobre a imagem exaustivamente explorada da buceta revirada. Para se louvar o forte, se constrói e expõe o “fraco”. O importante, em muitos casos, é muito mais mostrar a dominação (através inclusive da humilhação) do que “se relacionar” ou interagir de fato – if you know what I mean – com a buceta. Mesmo em películas de sexo apenas entre mulheres, na maior parte das vezes, tem que existir um momento de penetração. Na rua (e em categorias pornos mais “obscuras”) estupro seria uma forma de “corrigir” a conduta sexual e afetiva dessas mulheres.

A saída, me parece óbvia tampouco deve ser novidade:
Ressignifiquemos a buceta (y)

ai como eu to bandida

 

Pra organizar a resistência:

Um manual da proprietária
Um vídeo didático (ht) sobre como chupar uma mulher pique patrão
Uma lista infinita de como as pessoas batem siririca (sei lá, achei que podia ser interessante)

[1]http://www.otempo.com.br/interessa/pesquisa-aponta-que-mais-de-um-ter%C3%A7o-dos-homens-sente-nojo-de-vaginas-1.933315
[2]http://noturnoeimperfeito.blogspot.com.br/2009/03/nao-gosto-de-buceta.html

 

 

Homens, por que vocês não vão tomar no cu?

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Alerta! Alerta! Aproximação não autorizada!

 Há um tempo atrás houve uma campanha na internet contra o abuso sexual no metrô. Essa campanha, além do “não mereço ser abusada” –  como se alguém merecesse – teve ampla repercussão na foto mais viralizada do rolê: a idealizadora da campanha mostrando o dedo do meio.
A imagem tinha seu que de POLÊMICA porque mostrava uma mulher empoderada (do jeito dela) numa pose agressiva.
Apesar da descrição boa, essa imagem sempre me incomodou.

 

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Caso alguém não saiba, o dedo do meio em riste significa vai tomar no cu.

– Mas gente, tem mais e que mandar essxs machista de bosta tomar no cu mesmo.

 

Num primeiro momento, eu diria que não. Tomar no cu tem muito mais chances de ser prazeroso do que tomar da policia, ou tomar o litrão de Santo Mé, e não da pra desejar que quem a gente não gosta tenha prazer, mal ae. Do mesmo jeito, qual o problema de tomar no cu? Afora o esforço que se tem que fazer (dói, sangra, assusta…[1]), dar o cu pode muito ser maior legal. Inclusive e principalmente pra homens.

Poderíamos recorrer à pornografia, nossa enciclopédia sexual [favorita] pra mostrar isso, no entanto, em especial na mainstream e essa merda toda, o que ali se encontra não é muito ilustrativo tampouco interessante. Pra começar, em uma indústria que usa a [exploração do corpo da] mulher como prato principal, o corpo do homem é parte do moedor, não da carne. Enquanto existem filmes que literalmente filmam até dentro da vagina (internal creampie), o corpo masculino nunca é explorado (duplo sentido aqui). Mesmo que uma mulher também vá procurar pornografia como “educação sexual” não vai ser pinto que ela vai achar ali. São horas e horas de uma vagina sendo virada do avesso, enquanto o pênis aparece vez-em-quando quando passa de um buraco pra outro.

Apesar da cultura falocêntrica da penetração – mesmo em filmes ditos lésbicos existe o fetiche (marxisticamente falando) da penetração – o pênis não eh “adorado” e revirado como a vagina e o cu das mulheres. Apesar de homem também ter cu, nos filmes pornôs eles são como a barbie, lisinhos, lisinhos.

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Garota, você já lambeu seu boy?

 

Dos filmes pornôs com os quais você já teve contato na vida, quantos tinham uma moçoila enfiando o dedo no rabo de algum rapaz? Apesar dos filmes não heteronormativos aumentarem a gama de possibilidades de exploração do corpo independente da orientação sexual, o cu ainda é tabu pesado nas relações heteras – e mesmo nas homos – e enquanto as minas são pressionadas para fazê-lo, os caras estendem uma faixa amarela de distância e perigo ao redor de seus próprios cus. Até existe ai um pequeno grupo de homens que admite uma dedadinha, ok, BOM PRA ELES. Do mesmo jeito, também podia ser bom pra eles receberem um cunete (e é, já vi) ou mesmo serem comidos. O cu deles da mais prazer pra eles que o nosso pra noiz, biologicamente falando, já que eles tem a próstata e o períneo. Por outro lado, já que sempre a interdição vem juntinha da evidência do discurso, as mulheres são orientadas todo o tempo pela revista Claudia a dar o cu como presente de casamento ou quando o marido estiver chateado, ou mesmo ‘guardar’ para “apimentar a relação”.

[Alias, dos textos que já vi na internet, esse que vos fala preza por ser um com uma quantidade considerável de cus, já que geralmente por ai se tem apenas b u m b u n s. =P]

O quinto termo mais buscado na pornografia em toda a internet (e olha que isso é realmente muita coisa)[2] é sexo anal. No caso dos héteros, sempre na mulher, claro. Nessa construção do fetiche (no sentido parafilíaco da coisa) pelos homens e o cu, mulheres são forçadas a ter relações anais sem consentimento de forma contumaz. A coisa vai ficando ainda mais feia se seguimos a esteira da educação pornográfica: outro termo do top 5 em buscas pornôs é o hardcore, que enfia e tira todo tipo de coisa das mulheres.

E hardcore aqui gente, é realmente HARDCORE.(a gente ainda vai falar sobre isso)

A naturalização da cultura do estupro pela pornografia naturaliza também a violência no sexo. Assim como os homens por algum motivo acham que é ok empurrar a cabeça de alguém pro seu pau, forçaar uma mulher a ter sexo anal pode parecer simplesmente parte do programa. Normal, no filme elas sempre choram e gritam, não é? Além disso, existem dois tipos de mulheres nos filmes pornôs: as loucas por sexo que sempre se jogam pra cima dos paus soltos ai na vida e as que só fingem que não querem se jogar nos paus da vida. Vide vocabulário: todas são safadas putinhas prontas para serem arrombadas.

Doutro lado, as mulheres que não se aproximem de cus masculinos! E por que? Por que homens podem tranquilamente fetichizar loucamente querer ~comer meu cu~ e eu não posso querer comer o deles?

O tabu com o sexo anal é só mais uma extensão da perversão que o sexo demonstra da sociedade doente em geral: sexo anal tem sido sinal de submissão. . Dar o cu é se colocar em posição de submissão e vulnerabilidade, por isso a quantidade de estupros durante o sexo anal. (Não se engane, TODO sexo sem consentimento é estupro). E que homem vai ser submisso a uma mulher? Mesmo em casais gays, sempre tem a pergunta babaquara: mas quem é ativo, quem é passivo? Mesmo entre gays, muitas vezes ser afeminado é motivo de exclusão e desprezo. Quem quer [ser] alguém femininx ou feminilizadx? Ser mulher é quase doença, deusmelivre, credo

O sexo pornográfico, e tomara que estejamos erradas sobre a reprodução dele na vida real (ou não =/ [3]), reproduzem uma lógica de prazer masculino baseado na submissão e humilhação dx parceirx, o que se associa a virilidade (!). Claro que nosso espaço amostral principal aqui é a pornografia mainstream HT, mas se dermos uma passeada superficial na pornografia mainstream Homo, na pornografia ~mainstream~ dita feminista ou mesmo na pornografia mainstream dita alternativa vamos ver que existe apenas a reprodução da mesma lógica misógina e patriarcal.

Quando foi que sexo virou sinônimo de violência e humilhação?

As consequências, claro está, são muito piores para mulheres, que chegam a sofrer agressões físicas pesadas durante o sexo ou mesmo ser estupradas (e eu aqui achando que só não gozar já é problema o suficiente…) mas muitos homens, na ânsia de fazer sexo teatral e se afirmar como macho alfa COMEDOR (veje), deixam de curtir um momento de intimidade [que, deixem de ser babacas, não significa amor] e tesão.

Pra começar, mulheres que se atrevem a ser mais ativas na relação se tornam, seguindo essa linha de raciocínio que associa sexo a violência e humilhação, agressivas. E mulheres não são nem podem ser agressivas. Mulheres são fofas. Mulheres não soltam pum. Mulheres não gostam de pinto nem de corpo, elas gostam de romance e amorzinho. Mulheres não comem ninguém, ficam ali paradinhas esperando ou sendo comidas.

Mulheres não são individuas da própria sexualidade e do próprio prazer.

Até agora

 

 

[1] https://www.youtube.com/watch?v=aH7IFxmjlYU

[2] http://datalooksdope.com/wp-content/uploads/2014/11/tags_6800.jpg?w=1040

[3] http://www.dailymail.co.uk/news/article-3106807/Teenage-girls-subjected-shocking-injuries-rough-sex-boyfriends-influenced-violent-porn.html

Bonus track: http://dickychicks.tumblr.com/

Casa das Brasileirinhas: show de realidade

 

Rafinha bastos defeca pela boca

 

O BOSTA do Rafinha Bastos​ vai apresentar a final do reality show Casa das Brasileirinhas. Sobre isso, alguns apontamentos:

1 – Sobre o Bastos, um notório babaca que adora fazer “piadas” machistas e misóginas, não preciso falar muito, há poucos meses atrás ele levou ao palco e rio alto de um outro mané narrando um estupro. (http://goo.gl/dv12YX)

2 – Sobre “AS” Brasileirinhas, também é quase chutar cachorro morto, já que é APENAS mais uma empresa de exploração da mulher como mão de obra e como objeto, promovendo aquela deliciosa pornografia misógina que conhecemos.

3 – Sobre a Casa das Brasileirinhas, ai sim vale um comentário mais longo:

Teoricamente, esse é um reality show onde algumas mulheres vivem em uma casa, cumprem “desafios” e concorrem a chance de ser uma atriz pornô (UAUOHMEUDEUSQUEGLORIA).

A proposta de um reality show dessa catigoria já me soa ofensivo por si só: a pornografia é machista e misógina, a exploração da mulher chega ao limite da exposição e soa mesmo como cárcere privado (mas vamos falar sobre isso em especifico um dia).

A “fórmula” dos shows de realidade (in your face!) já extrapola o entretenimento e alcança a vida real de verdade [1]. Se por um lado há o amadorismo supostamente ganhando espaço e a vida real sendo retratada (existe vida real em frente às câmeras?), por outro a fórmula de regras mutáveis e controle absoluto exercido pelo Big brother (ou produtor, ou diretor, ou financiador) sujeita as participantes [nesse caso] a serem expostas a qualquer humilhação, em nome do jogo e dos “desafios”.

Sem título

“gostar muito de sexo sem restrições” Cuma?!

O tal reality show é, obviamente, voltado para homens. Pra variar, o centro das atenções são as mulheres, mas como bifes em exposição. O centro nervoso da babaquice toda (e por nervoso entenda-se também econômico) é a participação masculina. São os homens que votam, e, pra isso, assinam o serviço que da direito a assistir ao pay per view e TCHARAM! ser ator pornô por um dia.

O grande prêmio é um sorteio para assinantes participarem de uma gravação com uma das aspirantes a atrizes, o tal “super desafio”. Dessa forma, as mulheres são expostas em uma vitrine e cafetinadas pela indústria pornô. O anúncio para novas atrizes, alias, poderia facilmente ser confundido com um anúncio para uma “casa de massagens” ou outro eufemismo do tipo. Pede-se mulheres que gostem de sexo sem restrições.O que isso significa? “Curta ser estuprada”? “Não se incomode em ter sua vontade ignorada”? Isso soa ainda mais hipócrita quando lembramos que a maioria dos homens não curte fazer oral ou fio terra. Que restrições estamos falando?

Os homens, por outro lado, são ganhadores do prêmio ou convidados a se arriscarem no maravilhoso mundo porn, mandar ver numas bucetinhas e ainda ganhar uma grana. Eles são vencedores por excelência, ganhadores, agraciados. O prêmio é comer umas safadas.

Serto.

E o que você tem a ver com isso?

Nosso primeiro post já falava sobre a influência nefasta da pornografia na vida real de homens e em especial mulheres, e o reality dO Brasileirinhas é mais um desdobramento desse controle e tolhimento sexual promovidos pela pornografia.

Mais além, a forma de difusão, venda e marketing utilizada pelos realitys show terem chegado ao universo pornô, que já conta com suas mazelas especificas é mais um passo na objetificação da mulher e naturalização de práticas sexuais que não necessariamente são autorizadas ou prazerosas para as mulheres. A lógica dos “desafios” é justamente essa: propor uma situação para a mulher participante que por principio há de ser degradante. A seleção aleatória dos parceiros – por sorteio para os homens, desafio/imposição para as mulheres – reafirma a lógica pornográfica de mulher como buraco e não como individua ativa de sua sexualidade. Na vida real fora dos shows de realidade, homens e mulheres reproduzem e naturalizam esses comportamentos, valorizando o comportamento agressivo e misógino masculino e tolhendo a sexualidade feminina.

Nesse rolê, mesmo quando não assinamos o pay per view corremos o risco de ir parar na cama com alguém que usa esse tipo de conteúdo como enciclopédia sexual.

Quanto ao Rafinha bastos, essa foi só uma oportunidade de alimentar a web com mais uma critica a esse panaca.

[1] A Silvia Viana é uma das manas que pesquisou sobre isso e escreveu um livro foda (http://www.diplomatique.org.br/artigo.php?id=1368)

Porno pra quem?

Dentre as coisas mais legais da vida – em especial na catigoria gratuitas – sexo definitivamente é uma das minhas top 3. As maravilhas do sexo vão desde a estética da coisa aos benefícios que essa atividade física e mental provoca da cabeça ao dedão do pé.

To aqui pra julgar ninguém, mas se sexo não é uma maravilha pra você, tem alguma coisa errada contigo. Ou você anda transando errado.*

No caso das mulheres – trocadalhos a parte – é bem fácil dar errado. Começa antes mesmo de tirar a roupa, já que tem essa poha de padrão de beleza onde a crise vai da estria a quantos pelos se deve ou não ter na vagina.

E quando você sai de casa achando que não vai ter jogo e acaba na cama com umx gatinhx, mas com a calcinha de algodão velha sem elástico?

Com ou sem o drama de mulherzinha, as chamas ardentes da paixão não são só combustão instantânea. Acredite, a(s) igreja(s), as mães, os pais, a propaganda e a musica pop, entre outras coisas, tão ali na cama com vocês.

Segura. Corta pra mim.

Correndo em paralelo temos a pornografia. Ela não precisa, nem quer, tomar o lugar do sexo real. Esta totalmente (será?) relacionada às fantasias sexuais soltas por ai, e a quantidade de sites gratuitos de pornografia é mais que o suficiente pra – trocadilho ruim – deixá-la sempre a mão.

Acontece que quando você é mulher a pornografia não é assim a gozolândia. Aliás, olhando de perto, a pornografia é um dos espaços mais misóginos e machistas que conheço. A relação da pornografia com a mulher beira a psicose com um discurso onde ao mesmo tempo que diz “adorar” o sexo feminino tem se reinventado justamente através da humilhação das mulheres.

Todo mundo – todo mundo que enxerga e já viu tv por exemplo – sabe que pornografia é centrada no corpo da mulher. E não precisa confessar suas buscas no porntub agora: o comercial de cerveja já basta. E isso não é nenhum tributo bonito não. O nome disso amiguinhe, é objetificação. A mulher no filme porno não é a rainha-deusa-do-sexo que as matérias da Vice fazem parecer. A mulher no filme porno é o pedaço de carne que vai ser comido. Só.

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Ao mesmo tempo que a Vice mostra como as atrizes pornos são gatas e felizes (pegou a sutileza dos adjetivos?) os filmes que alçam essas mulheres a condição de pornstar são os mais empoderadores e libertários, como aquele que ela transa com 30 caras, fez vários anais no mesmo filme, chupou um cavalo, “simulou” um estupro corretivo…

Elas são atrizes, o corpo é delas, elas tão ganhando pra isso, ninguém obrigou elas a nada, não é? Não. Pra começar, a objetificação da mulher já nos tira da catigoria gente. Assim, quem se preocupa com o que a mina acha? Alias, já que são trabalhadoras, a lei da oferta e procura também existe na pornografia, que por sinal, é uma indústria.

Essa indústria tem ao mesmo tempo as mulheres como trabalhadoras e produtos. São consumidas ao mesmo tempo que mantém a fábrica funcionando. Mulheres são 70% ou mais da indústria porno, mas em sua maioria absoluta “apenas” como atrizes. Imagina as condições de trabalho: Uma mulher, entre outros tantos homens atores, diretores, produtores, cabo-man, iluminadores, financiadores… pelo menos um pouco intimidador é.  A ex atriz porno Jersey Jaxin uma vez escreveu que essa cara que as fotos photoshopadas te fazem acreditar que são de gozo na verdade são de dor. Toda vez que você vê um porno mainstream você esta vendo um estupro. Lide com isso.

Dai, você não consome pornografia, fodame, não precisa lidar com isso.

Precisa sim.

Lembra que você nunca vai pra cama – ou sofá, ou mesa ou armário, não sejamos puristas – sozinhe? Então, adivinhe quem mais vai pra cama com você? Em especial se essa coisa foi feita justamente pra simular esse momento.

Se as mulheres ainda hoje são ensinadas que pornografia é feia e má, os homens por outro lado são incentivados mais que subliminarmente a a consumirem desde cedo, inclusive porque o mercado existe basicamente pra eles.

Imagina então o mal que uma indústria que se especializa em moer mulheres pode fazer quando associada a uma sociedade que já é machista?

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* Uma mana chamou a atenção pra como isso pode invizibilizar galera que não curte transar e não transa porque não quer. Tá certo. (Mantenho o texto e peço desculpas)